terça-feira, 20 de novembro de 2007

Os Cavaleiros do Zodíaco baseado na Dialética do Senhor e do Escravo


Introdução

Hegel, um dos mais bem conceituados filósofos de todos os tempos, fez algumas teorias que englobam as ações das pessoas. Entre essas teorias, estão a Teoria dos Quatro Momentos da Consciência Humana e a Teoria da Dialética do Senhor e do Escravo. Essas são as duas teorias que pretendemos citar neste trabalho.
Juntamente com essas duas teorias, usaremos o anime (desenho animado japonês) “Os Cavaleiros do Zodíaco”, no qual citaremos como exemplo das teorias a relação existente entre o mestre do santuário Ares com os cavaleiros de ouro, dado uma atenção especial ao cavaleiro Shaka, de Virgem.
Até que ponto uma pessoa se submete a outra, a ponto de se tornar escrava? Até que ponto o Senhor é de fato senhor? Essas são perguntas que obteremos em breve.

Os Quatro Momentos da Consciência Humana

A consciência humana é algo muito complexo. Nós não podemos entender, mas podemos tentar compreender. Estando ciente disso, o filósofo Hegel buscou uma explicação lógica para o que pode ser a consciência e suas diversas formas.
Segundo Hegel, a consciência sofre diversas mudanças. Sendo assim, podemos dizer que ela tem quatro momentos.
Em seu primeiro momento, a consciência penas dá importância para os outros. Ela se exclui da vida social. Mais necessariamente, ela “não existe”, no sentido Sartreano da expressão.
Porém, vai chegar um momento em que ela acaba sendo forçada a olhar para si mesma. Se alguém pergunta: “Quem está com fome?”, “Quem precisa de dinheiro?”, essa pessoa, apesar de uma imensa luta interior, acaba dizendo: “Sou eu! Eu quero, eu preciso, eu sou, eu não sou, etc. É neste momento que a consciência chega em seu segundo momento. A partir daí, ela percebe que também faz parte deste grupo social chamado mundo. Resumindo, ela passa a existir.
Com o passar do tempo, essa pessoa vai se tornando muito exigente. A consciência finalmente chega em seu terceiro momento, que é o seguinte: ela não dá mais importância para o desejo dos outros. Essa pessoa se torna egoísta, afinal de contas, quer tudo para ela. Em seu terceiro momento, a consciência humana é chamada de solipsista.

O que será que aconteceria em um encontro entre dois solipsistas? Normalmente, quando acontece isso, os solipsistas possuem opiniões e vontades opostas. Sendo assim, um não quer deixar de fazer suas vontades para atender as vontades do outro. Como eles não entram em acordo, eles acabam em conflito. Esse conflito só acabaria com a morte de um dos dois. Este é o quarto momento e, portanto, o início da realização do nosso objetivo, que é a explicação do tema de nosso trabalho.

A Dialética do Senhor e do Escravo

A Dialética do Senhor e do Escravo se inicia no quarto momento da consciência humana, entre o encontro de duas consciências solipsistas. Essas duas consciências tentam se relacionar entre si, fazendo valer suas vontades. Quando uma das duas consciências percebe que corre risco de vida, se rende ao outro, se tornando Escravo. A outra consciência passa a ser o Senhor, pois sua vontade prevaleceu. Podemos tomar como exemplo disto a relação entre pais e filhos. Os filhos são os escravos dos pais, pois os pais sempre usam o seguinte argumento para fazerem os filhos se submeterem as suas vontades: “Enquanto você morar nessa casa e comer esse alimento, terá que fazer o que eu quiser”.Aquele que se revela como Senhor, acaba se aproveitando dessa situação e sempre explora o seu escravo.
No segundo momento dessa dialética, o Senhor percebe que é escravo do Escravo. O Senhor não trabalha. O Escravo faz tudo para ele. Mas o Senhor só é senhor se ele tiver escravos para cumprir suas vontades. Se ele não tivesse escravo, teria de fazer tudo sozinho, inclusive trabalhar. Se essa relação acabasse, o Senhor entraria em pânico. Ele depende do escravo, pois não sabe mais fazer o trabalho pesado. Se ele perdesse os escravos, provavelmente não suportaria o imenso vazio em sua vida e acabaria falecendo.
No terceiro momento dessa dialética, temos a visão do Escravo, que percebe que é livre no meio da escravidão do Senhor. O Escravo só cedeu ao Senhor porque sentiu medo do que poderia acontecer com a sua vida no conflito com o Senhor. No trabalho a que o Escravo se submete, ele aprende coisas sobre a natureza e a própria vida, pois ele sempre está aprendendo a controlar sua vida. Com isso, o Escravo passa a ser senhor de si mesmo. Ele tem a consciência de que não faz mal se ele perder o emprego, pois sabe que mais cedo ou mais tarde ele arrumará outro que poderá até ser melhor. Quanto mais conhecimento sobre si mesmo e sobre o mundo ele tiver, melhor é a preparação para enfrentar qualquer situação na vida. Esta é a Dialética do Senhor e do Escravo.

A relação dos Cavaleiros de Ouro com o grande mestre do santuário

Os Cavaleiros do Zodíaco é até hoje um dos animes de maior repercussão em todo o mundo. Na estória, acima de todos os cavaleiros, existia o grande mestre do santuário. O mestre era aquele que deveria orientar e proteger a deusa Athena. Porém o atual mestre não pensava desta maneira. Ares era perverso. Ele planejava matar Athena e depois dominar o mundo.
Com exceção dos cavaleiros de ouro Dohko de Libra, Mú de Áries e Aioros de Sagitário (este último já havia morrido), os outros cavaleiros juraram lealdade ao grande mestre.

Se aproveitando disso, o mestre em condições de Senhor, ordenou diversas missões aos seus escravos, que eram os cavaleiros de ouro.
Quando Athena foi conversar com o grande mestre, ela acabou sendo atingida por uma flecha de ouro no coração. Os cavaleiros de bronze teriam que enfrentar os de ouro e chegar ao mestre em doze horas, caso contrário Athena morreria. E começou a batalha no santuário. Os cavaleiros de ouro estavam sendo derrotados ou passando para o lado de Athena um por um. Quando o mestre percebeu isso, ficou muito nervoso. Chegou até a dizer o seguinte: “Maldição Kamus! Como pode morrer?” Ele acabou percebendo que dependia dos cavaleiros de ouro. Resumindo: ele percebeu que era escravo do Escravo.

Agora falaremos um pouquinho sobre o cavaleiro de Virgem. Apesar da lealdade por parte de Shaka para com o mestre, isso não o impediu de se tornar um grande cavaleiro. Shaka se tornou tão poderoso que chegou a ser considerado o cavaleiro mais próximo de Deus. Ele conseguiu se tornar senhor de si mesmo.

Conclusão: A Dialética do Senhor e do Escravo existe desde a era mitológica

Na mitologia, Zeus poderia ser considerado o Senhor, pois era o mais forte entre todos, inclusive os deuses. Ele tinha seus Escravos. Podemos tomar como exemplo disso a relação que ele tinha com o mensageiro Hermes.
Antes de existir o sistema capitalista, existia o sistema feudal. No feudalismo, os servos prestavam serviços à nobreza em troca de terra e proteção.
Hoje em dia, no Capitalismo, os trabalhadores prestam serviços aos patrões em troca de uma quantia em dinheiro.
Tendo isso como base, podemos concluir que a Dialética do Senhor e do Escravo sempre existiu e sempre existirá, pois sem ela, haveria um grande desequilíbrio em todo o mundo. Afinal de contas, todos iriam querer mandar e desmandar. Haveria guerras e, conseqüentemente, o caos dominaria o mundo. Mas isso não impede os humanos de serem senhores de si, pois isso seria um grande passo à melhor coisa que poderia acontecer com qualquer um: o auto-conhecimento.

Um comentário:

Anônimo disse...

irado cara continue assim